Lavandaria

Como não tinha nada para fazer no meu quarto decidi agarrar no cesto de roupa suja que tinha e levá-lo à lavandaria porque apesar de isso ser estranho, as máquinas de lá eram melhores e mais rápida que a nossa. Agarrei no meu tablet e coloquei em cima da roupa suja para me distrair enquanto esperava para voltar para o quarto. Coloquei a roupa toda numa máquina e sentei-me na da frente enquanto jogava no meu tablet.

Acordei com um espirro e sentei-me na minha cama. O meu quarto precisava mesmo de uma limpeza. Tirei as mantas todas da minha cama e os tapetes também e pus tudo num monte, indo buscar cestos para pôr tudo. Depois de limpar o meu quarto até ficar num brinco desci com os dois cestos da rua até à lavandaria e levantei as sobrancelhas, apesar de não dizer nada, quando vi uma das outras com um tablet na mão.

Levantei o olhar do tablet quando vi alguém entrar na lavandaria e desatei a rir ao ver quem era - Wow, andas mesmo a seguir-me. - olhei para a máquina onde estava a minha roupa e constatei que ainda faltava um bocado para ela acabar - Afinal o que é que queres? Um beijinho? - perguntei com um sorriso - Posso dar-te uma lista de órfãs que se compram com um beijinho.

Fechei os olhos respirando fundo quando tive a "sorte" de encontrar a outra que se metia mais comigo e enfie a roupa toda para a máquina de lavar vazia. Virei-me para ela sem qualquer bom estado de espirito. - Eu não preciso de um beijo teu, nem da tua lista de orfãs, safo-me muito bem com quem eu quero, ao contrário de ti que ainda deves ser pura como a virgem maria. - benzi-me e mandei o cesto para o chão para sair dali.

Olhei para ele enquanto falava e desatei a rir-me com as porcarias que ele dizia e o seu ataque de raiva com o coitado do cesto da roupa - Calma, amigo. - abanei a cabeça e saltei da máquina onde estava sentada quando a máquina onde tinha posto a roupa fez sinal que tinha terminado - Até parece que estás mal da vida. - encolhi os ombros por ele já ter saído da lavandaria e coloquei a minha roupa novamente no cesto.

Eu tinha que começar a ter mais calma, ela só queria isto, que eu me irritasse e lhe respondesse. Mais valia ignora-la, apenas olha-la sem dizer nada. Sim, era o que eu ia fazer a partir de agora. Respirei fundo, visto que tinha que entrar outra vez na lavandaria com o outro cesto de roupa. Quando o fiz nem a olhei, voltei a enfiar tudo na outra máquina.

Agarrei no meu cesto e vi-o voltar para a lavandaria com outro cesto da roupa cheia - Precisas de ajuda? - perguntei tentando parecer simpática - Faço tudo para ajudar os pobres. - pisquei-lhe o olho e abri a porta da lavandaria para sair da mesma. Ele tinha-me roubado o tabaco, não me ia esquecer. Uma das coisas que eu mais odiava era que mexessem nas minhas coisas e neste caso que as tirassem por isso ele ia sofrer. E bastante.

Levantei a cabeça para a olhar quando começou com aquilo e eu sei que me prometi que não lhe ia responder, mas era só mais uma vez. - Pobre és tu, e é de espírito - disse com um sorriso forçado. Por um lado era bom ter que sair daqui até ao próximo fim de semana, porque assim já não a ouvia nem via. Ia ser um alívio.

Virei-me para trás quando o ouvi e desatei a rir - Pareces um padre! - gritei e agarrei no cesto com uma mão e uma perna, fazendo-lhe um pirete com a mão livre. Virei-lhe novamente as costas e caminhei até às escadas para subir para o meu andar e ir tratar da minha roupa e fazer alguma coisa no nosso blog que estava quase a abrir e destruir a vida destes todos.

Olhei-a quando começou a dizer que era um padre e abanei a cabeça não comentando mais nada e graças a deus, supostamente ao meu deus, já que era o padre, ela foi-se embora. Passei as mantas pelo cabelo respirando fundo e decidi ficar ali durante um bocado antes que fosse ter com ela arrancar-lhe as pestanas.